Durante anos, o ambiente de trabalho era definido por interações face a face – um olhar direto, um aperto de mão, conversas informais no café ou reuniões presenciais que resolviam, muitas vezes, questões mais complexas. No entanto, com as transformações impostas pela pandemia, esse modelo tradicional foi deixado para trás. Hoje, em um mundo de trabalho híbrido ou home office, a comunicação se tornou um dos maiores desafios das empresas.

A interação face a face já não é mais uma constante, o que dificulta a leitura de sinais não-verbais e de emoções, como o humor ou o estado de espírito dos colaboradores. O cenário ideal de proximidade e transparência deu lugar a telas e conexões digitais, em que é mais difícil saber se alguém está tendo um bom dia ou enfrentando dificuldades pessoais. E esse distanciamento físico tem gerado um novo conjunto de desafios, especialmente para os trabalhadores que, com seus escritórios improvisados, convivem com sentimentos de ansiedade, angústia e, muitas vezes, a necessidade de reconhecimento e valorização, mesmo à distância.

No entanto, a tecnologia surge como aliada, com ferramentas que conseguem aproximar equipes geograficamente distantes. Mas, paradoxalmente, o que está em jogo não é tanto a distância física, mas o fator humano. É aí que entra a comunicação interna, que precisa ser eficaz, empática e alinhada com os novos tempos. De acordo com o estudo “Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho”, realizado pela The School of Life em parceria com a Robert Half, a comunicação se mostra como uma das habilidades mais ausentes entre os colaboradores, especialmente entre os liderados, com 32% deles relatando dificuldades nessa área.

Comunicação Interna: um pilar para o engajamento e a cultura organizacional

A comunicação interna, quando bem aplicada, é uma poderosa ferramenta estratégica. Em um levantamento realizado durante o evento HR First Class, 97,5% dos participantes concordaram que a comunicação interna deve ser uma ferramenta estratégica e fundamental para o alinhamento de toda a organização. A pesquisa também mostrou que 57,5% dos entrevistados afirmaram que a área de Recursos Humanos (RH) utiliza a comunicação interna para disseminar os valores da empresa e garantir o alinhamento de propósitos, o que reforça a ideia de que a comunicação não pode ser apenas uma via unidirecional. A escuta ativa e a transparência são essenciais para manter um clima organizacional saudável e engajar os colaboradores com os valores da companhia.

Em um mundo cada vez mais remoto, em que a diversidade, sustentabilidade, saúde mental e outros temas como ESG (Environmental, Social, and Governance) ganham relevância, a comunicação interna precisa se expandir para cobrir esses assuntos de maneira coerente, sem deixar de lado as questões operacionais. Isso implica em integrar as mensagens e informações estratégicas de forma consistente com a cultura da empresa, para garantir que todos os colaboradores, independentemente de sua localização, estejam alinhados e engajados.

O papel da comunicação interna na manutenção da cultura organizacional é crucial. Ela garante que os funcionários se sintam parte de um todo, criando uma sensação de pertencimento e alinhamento com os objetivos e valores da empresa. Isso é ainda mais relevante em tempos de transição, como os vivenciados atualmente, em que os modelos de trabalho estão em constante evolução.

Desafios e oportunidades na era híbrida

Embora muitas empresas já tenham percebido a importância de uma comunicação interna eficiente, o processo de engajamento dos colaboradores e a criação de uma equipe motivada e unida não é simples. A comunicação deve ser pensada de maneira estratégica, levando em consideração o perfil dos colaboradores e a cultura da empresa.

É essencial que as equipes de comunicação interna e RH se unam para criar um ambiente de transparência, neutralidade e objetividade na troca de informações. Além disso, é importante que as empresas utilizem as tecnologias de maneira adequada, para disseminar informações de forma ágil, coerente e sem perder o toque humano.

Em um cenário de comunicação cada vez mais digital, a chave para o sucesso está em equilibrar a utilização de ferramentas tecnológicas com a necessidade de um contato humano mais empático e eficaz. Investir em uma comunicação interna que respeite a diversidade de perfis dentro das equipes e alinhe as informações à cultura organizacional é essencial para garantir que a comunicação não seja apenas uma troca de mensagens, mas um verdadeiro facilitador do engajamento e da produtividade no novo ambiente de trabalho.

O Caminho para uma comunicação mais eficiente

A mensagem para as empresas é clara: é hora de repensar a forma como se comunicam internamente. Isso não significa apenas investir em mais tecnologias, mas entender o perfil dos colaboradores e como as mensagens podem ser mais eficazes, em sintonia com as necessidades de cada equipe e com a cultura da organização. Além disso, as empresas devem estar preparadas para oferecer suporte emocional, e não apenas profissional, aos colaboradores, ajudando a manter o equilíbrio entre a produtividade e o bem-estar no trabalho.

Num mundo de mudanças rápidas e grandes transformações, a comunicação interna não é mais um detalhe. Ela é a base para fortalecer a cultura organizacional, alinhar os propósitos da empresa e garantir que todos, onde quer que estejam, possam se sentir parte do processo e contribuir para o sucesso coletivo.

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Cristina Cavaleiro

Sintonizo as pessoas ao mundo através da arte do Jornalismo há 20+ anos | Redação, Edição e Assessoria de Imprensa | Especialista em Saúde, Beleza, Cultura, Política, Cidades, Economia e Agro | Comunicação e Relacionamento com Mídia e Stakeholders

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